Vícios de linguagem

Vícios de linguagem são expressões ou construções linguísticas que se diferenciam das regras gramaticais, ou seja, das normas da linguagem culta. Para ter um bom desempenho em qualquer prova de Redação ou até mesmo em questões objetivas da prova de Linguagens, é fundamental aprender a evitá-los na hora de escrever seu texto.

Acompanhe o post e conheça os principais vícios de linguagem e como fugir deles.

Quais são os tipos e como evitar os vícios de linguagem?

Os vícios de linguagem são classificados em grupos e subgrupos, conforme a seguir.

Ambiguidade ou anfibologia

Quando há duplo sentido de interpretação não intencional em uma oração, geralmente, pela falta ou uso incorreto de pontuação, especialmente a vírgula, complementos nominais, pronomes ou até mesmo pela forma em que a frase foi construída.

Exemplo:

Pedro, o Marcos está jogando futebol com seu irmão.

(é irmão do Pedro ou do Marcos?)

A ambiguidade pode ser desfeita das seguintes formas dependendo do sentido que se deseja expressar:

Pedro, seu irmão está jogando futebol com o Marcos.

Pedro, o Marcos e o irmão dele estão jogando futebol.

Barbarismo

Quando um termo é usado de forma incorreta devido a sua pronúncia, escrita, flexão, formação ou significado (não confundir com Paronímia). O barbarismo é subdivido nos seguintes subgrupos:

Pronúncia

De acordo com a pronúncia, um barbarismo pode ser classificado em diferentes níveis, sendo eles: sílaba, cacoépia e cacografia. Acontece muito na linguagem falada informal e pode ser refletido no texto.

Exemplos:

Largata: o correto é lagarta

Iorgute: o correto é iogurte

Rúbrica: o correto é rubrica

Pogresso: o correto é progresso

Morfologia

Uso incorreto no uso de vocábulos.

Exemplo:

Se eu ir para o cinema hoje chegarei tarde em casa. (Correto: for)

Semântica

Ocorre quando se confunde uma palavra com outra devido a semelhança entre a grafia e a pronúncia.

Exemplo:

O cumprimento do vestido está errado. (Correto: comprimento)

Estrangeirismos

Uso de palavras estrangeiras sem necessidade, especialmente quando há uma expressão equivalente em português.

Exemplo:

O black-out de ontem danificou vários equipamentos da minha casa. (Correto: apagão)

Pleonasmo

Quando uma informação é adicionada a frase de forma a torná-la redundante. Em exames de conclusão dos estudos, vestibulares e concursos públicos, questões sobre pleonasmo são muito comuns.

Exemplos:

Vamos subir para cima daquela árvore. (se vai subir não pode ser para baixo)

Ele me fez uma surpresa inesperada. (se é uma surpresa não pode ser esperada)

Vamos adiar para depois esse compromisso. (se algo será adiado obviamente será para depois)

Neologismo

Se caracteriza pela criação de palavras que ainda não existem oficialmente em um idioma, sendo bastante utilizadas por autores e compositores de música e na linguagem da internet.

Exemplos:

Vou stalkear meu cantor favorito para saber por onde ele anda. (neste caso é um neologismo, por usar um verbo que não existe na língua, e um estrangeirismo, por estar conjugando um verbo em inglês em português)

Vamos sextar na praia!

Obscuridade

A obscuridade é um vício de linguagem que pode afetar a coesão e coerência de um texto, sendo extremamente prejudicial ao desenvolvimento de um texto de Redação. Ocorre quando a sentença é escrita de forma que o sentido é obscuro, embaraçado e sem sentido. O emprego de outros tipos de vícios de linguagem pode deixar o texto obscuro, portanto, muito cuidado.

Solecismo

Esse tipo de vício de linguagem ocorre quando há erro de sintaxe na construção verbal. O solecismo pode ser divido em 3 subgrupos:

Concordância

Falta muitas sacolas para serem entregues. (correto: faltam)

Regência

Você foi no banheiro? (correto: ao)

Colocação

Me faz um favor? (correto: faça-me)

Preciosismo

Também chamado de prolixidade, o preciosismo é um vício de linguagem que se caracteriza pelo uso excessivo de palavras difíceis ou de frases para falar sobre um assunto, tornando muitas vezes o texto cansativo e até de difícil interpretação, além de não soar muito natural.

Exemplo:

Tal proceder foi feito sem razoar sobre a resultância dele.

Como deixar a frase menos prolixa:
A atitude foi tomada sem pensar nas consequências.

Hiato

Quando há o uso de uma sequência de vogais idênticas ou semelhantes, que fazem com que a frase cause estranheza ou confusão por quem ouve ou lê.

Exemplos:

Amanhã ela vai olhar a filha da Maria.

Ou eu ou o outro foi escolhido.

Colisão

Na colisão é o uso de consoantes semelhantes ou iguais em sequência na mesma frase que pode causar estranheza ou dificuldade.

Exemplo:

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Gerundismo

O gerundismo ocorre quando há o uso do gerúndio para indicar uma ação que irá ocorrer no futuro.

Exemplos:

Eu vou estar realizando os testes neste domingo.

Ele vai estar fazendo o reparo amanhã.

Eco

O eco ocorre quando se emprega terminações iguais de fonemas na mesma frase. Apesar de ser empregado em rimas, na linguagem utilizada no dia a dia pode ser considerado um vício de linguagem.

Exemplo:

A antecipação da promoção causou uma grande comoção entre a multidão que estava lá.

Arcaísmo

Refere-se ao uso de palavras ou expressões que não são mais utilizadas, dando um ar arcaico ao texto.

Exemplos:

Suso usado como sinônimo de acima.

Vossa Mercê em vez de você.

Cacófato ou cacofonia

A junção de alguns fonemas pode produzir um estranho efeito sonoro quando há o encontro de alguns vocábulos.

Exemplo:

Hoje eu vi ela fazendo jardinagem. (vi + ela = viela)

Corrigindo: Hoje eu a vi fazendo jardinagem.

Conseguiu gravar bem os exemplos? Que tal começar a olhar seus textos e verificar quais destes vícios de linguagem você comete?

Caso tenha curtida esse conteúdo, compartilhe em suas redes sociais e comente quais são os vícios de linguagem que você acha mais difíceis de evitar.